quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A depressão no mundo do futebol




Bruno Martins

Surpresa. Esta foi a reação causada, no dia 10 de novembro, em todos que acompanham diariamente qualquer site de notícias esportivas. A morte do goleiro alemão Robert Enke, de apenas 32 anos, chocou a comunidade futebolística. Conforme os detalhes foram surgindo e todos se deram conta de que havia sido suicídio, o choque foi ainda maior. O jogador, que atuava no Hannover 96, jogou-se na frente de um trem nos arredores da cidade do seu clube. Ele deixou um bilhete de despedida, cujo conteúdo não foi revelado.

A depressão acompanhava sua vida desde 2003, de acordo com sua esposa, Teresa. O medo de falhar na profissão era seu maior problema, até sua filha de apenas dois anos, Lara, falecer em 2006 com um problema cardíaco. O casal ainda adotou uma criança em maio deste ano, Leila, que tem apenas oito meses. O médico que cuidava de Enke desde o início da doença declarou que ele não foi à terapia no dia do suicídio, dizendo estar se sentindo bem. Ele havia jogado apenas cinco jogos nesta temporada por consequência de uma infecção intestinal em setembro. A tragédia se deu dois dias após seu último jogo.

Torcedores do Hannover 96 levaram até a sede do clube velas e fotos do ídolo, eleito duas vezes o melhor da posição no Campeonato Alemão, a Bundesliga. Os torcedores do Benfica também não o esquecem, ainda que o clube não tenha ganhado títulos durante sua passagem por lá. Emanuela Gomes, fanática torcedora do clube português, afirma que “qualquer benfiquista que se preze se lembra de Robert Enke. Ele marcou uma era. Para mim, será sempre ‘O’ guarda-redes. Foi ele que lá estava quando dediquei a minha total atenção ao meu clube, que me deu um gosto especial pelo futebol e nunca o esquecerei”.

Em um mundo de sonhos para qualquer garoto que dedica sua vida a jogar bola, almejando chegar ao patamar dos grandes campeonatos do mundo, de clubes e seleções, sendo admirado por torcedores e colegas de trabalho, ainda faltava alguma coisa para Enke. O estopim para a sua doença não se sabe, muito menos o que fez este dia 10 ser o momento em que ele resolveu dirigir seu carro, pará-lo próximo à ferrovia, escrever o bilhete pedindo perdão a familiares e amigos e praticar o ato brutal de atirar-se na frente de um trem que andava a velocidade de 160 km/h. O sonho de muitos não dava ao goleiro o que ele procurava.


Robert Enke nasceu em Jena, na antiga Alemanha Oriental, e passou por mais cinco clubes na sua carreira: Carl Zeiss Jena, Borussia Mönchengladbach, Barcelona, Fenerbahçe e Tenerife. Os clubes que mais defendeu e onde mais deixou saudades foram o Benfica, onde jogou 77 vezes, e o Hannover 96, com 164 participações. Seu desempenho na seleção alemã se reduz a apenas oito partidas, porém ele estava garantido na Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, e deveria ser o titular do seu país.

Descanse em paz, Enke, e para mostrar o impacto do acontecido em seus fãs, veja este vídeo produzido por um torcedor benfiquista:

1 comentários:

Manu | 1 de dezembro de 2009 às 00:16

Para sempre Enke :( :(

Amei o post!!

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