sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

O Natal de todos os dias





Isaac Moraes

Todo Natal é a mesma coisa. Mensagens iguais, votos iguais, a utopia sufocante que enche shoppings, lojas e as festinhas de confraternização. Textos melosos pululam pela internet achando quem ainda os envie e os meios de comunicação são invadidos por uma onda coletiva de otimismo e desejos de felicidade. O bom e velho capitalismo natalino feroz.

Natal vem da palavra latina “nativitas” e significa nascimento. A igreja católica comemora nesta data o nascimento de Jesus, o Cristo. Na verdade, essa foi uma data adotada por Roma para simbolizar o nascimento daquele que era considerado o salvador.

Durante seus 33 anos de vida, Mestre Jesus, segundo os que o acompanhavam, pregou a simplicidade, o amor, o companheirismo a compreensão e a verdade. No entanto, ele também deixava claro que esses e outros sentimentos de luz deveriam seguir e habitar o íntimo de cada um durante todo percurso, toda a caminhada que trilhamos enquanto existirmos.

Quando ele fazia suas pregações, nem imaginava que iam estipular um dia para o seu nascimento, inventar tradições, comprar e vender desordenadamente. Que as pessoas iam se nutrir de sentimentos descartáveis e que, durante as eras, essa seria também uma data melancólica para muitos, com lembranças de abandono e desamparo. O Natal foi transformado em uma data de festas, porém excludente.

O verdadeiro Natal - a natividade de sentimentos puros e o desejo de coisas boas, construtivas - deve ser cultivado durante o ano inteiro. Devemos aprender a conviver com os que nos cercam no cotidiano fatídico, como se todo dia fosse véspera de Natal e todo mês fosse dezembro.

A energia positiva que circula os dias que antecedem o 25 de dezembro deve se espalhar durante todo o universo, sem exclusão de nenhuma espécie. Mais do que comidas específicas, adereços caros, enfeites sem sentido e figuras fantásticas como um velho que distribui presentes voando em um trenó, o simbolismo do “nascer de novo” deve imperar nas consciências de que cada ser. É preciso reciclar diariamente o que há dentro de si, buscando doar o seu melhor em prol de um planeta também melhor. Nem que seja em pequenas ações.

O Natal deve acontecer em todos os momentos. Que a figura do Mestre Jesus, vestido de forma rústica como um bebê simples recém-nascido num estábulo, seja daqui a algum tempo uma melhor imagem para adornar a festa do nascer, da natividade. Sem pompas, sem tradições díspares e euforias tênues, mas sim um simples nascimento, a chegada da vida, da luz, da alegria e pureza de uma criança nascendo.

Natal, é carpe diem.

O Coletivo Revista Bula deseja a todos e todas um Feliz Natal!

1 comentários:

Anônimo | 21 de dezembro de 2011 às 12:34

Isaac, que prazer ler essas palavras doces e reais... poxa!!! muito grata de ser privilegiada com esse texto que tem o poder de nos trazer a realidade desta data... um Beijo enorme pra vc... estou morrendo de saudades... Márcia Ribeiro

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