redescobrimento
| Por Emanuela Gomes

e-mail: [ manu.lima.gomes@gmail.com ]
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O mesmo português?
Dizem por aí que fala-se o mesmo português em Portugal e no Brasil. Mas, como pode ser a mesma língua quando - segue um exemplo inocente - a palavra ‘rapariga’ num lugar trata-se de moça e, no outro, prostituta?
Esse é só um dos imensos exemplos que podemos encontrar. Quantos embaraços palavras como essas já não criaram? Para exemplificar esse tipo de embaraço, costumo contar a história de um amigo meu, brasileiro, que foi a Portugal. Um belo dia, no final de uma refeição lá em casa, o meu pai perguntou-lhe no seu português de Portugal bem português: “Luís, (era esse o seu nome) queres boleia?”, ao que ele respondeu: “Não, obrigado, 'tou cheio”. Tradução: boleia = carona. Coitado do Luís, que acabou por ir a pé.

Claro que tem outras palavras que, pensando um pouco, dava para entender. Como torcerdor, aquele que torce por alguém, tem sentido. Para nós, torcedor é adepto. Ou então reserva, também de fácil compreensão, que, para nós, é suplente. Dizem que futebol é uma linguagem universal. Pois bem, não é.
Estou numa terra em que o sumo não está no frigorífico, é o suco que está na geladeira! Eu não bebo gasosa, bebo soda. Não espero o autocarro na paragem, espero o ônibus no ponto. Não acho as coisas fixes, acho legais. Não faço um golo dentro da baliza, faço gol dentro das redes. Não faço beicinho, faço biquinho. Não acho alguém betinho, acho mauricinho. Nem muito menos acho um homem giro, acho gato.
Ainda acham que falamos a mesma língua? Vão para Portugal e digam que querem fazer um bico, para ver o que acontece! E são essas diferenças que, apesar de nos separar, tem piada. E com que nenhum acordo vai acabar.
Agora tente resolver as palavras cruzadas abaixo:
1 comentários:
Muito bom Manu. Lembro de uma muito interessante. O "goza comigo" dito pela sua pessoa e que causou tanta estranheza entre nós.
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