sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Guarda-chuva ou óculos de sol?







Marcos Filipe Sousa

Você está prestes a sair de casa, olha para o céu e o tempo está nublado. Então você se pergunta: será que vai chover? Em um país tropical como o nosso, onde a instabilidade climática é uma das principais características, é impossível programar um passeio ou planejar férias sem saber como vai estar o clima. Há 100 anos o tempo é monitorado no Brasil e hoje é possível saber, com precisão, a informação das condições climáticas. Na Universidade Federal de Alagoas (UFAL) existe um radar que ajuda neste serviço.

No ano de 1995, o Departamento de Meteorologia da UFAL iniciou um projeto de implantação de um radar meteorológico, em convênio de cooperação científica e tecnológica com o Instituto de Pesquisas Meteorológicas da Unesp-Bauru, sendo a experiência uma das pioneiras do Norte-Nordeste. Esse equipamento fornece informações para pesquisas, monitoramento operacional dos campos de precipitação e fornece ao setor produtivo da região boletins sobre o campo de chuvas, com a finalidade de auxiliar na programação de atividades de campo. Entre as suas funções atuais está a previsão das condições climáticas.

Esse serviço de previsão auxilia as Defesas Civis Estadual e Municipal no planejamento das ações nos períodos de chuva. É através dos dados fornecidos que os órgãos constroem suas campanhas de prevenção de acidentes e alertam os moradores de encostas e barreiras. Esforços para que no período chuvoso o número de acidentes seja o menor possível.

Os órgãos públicos conseguem traçar um plano contra doenças que, por exemplo, chegam com o período das chuvas. As informações também mexem com a venda de aparelhos de ar condicionado, com a confecção de roupas de frio, com a construção de edificações. Dados como umidade do ar, quantidade de horas em que o sol está forte e direcionamento dos ventos, estão disponíveis para os engenheiros que os consultam antes de erguer suas obras.

A meteorologia não é uma ciência exata, como a matemática. A base para os cálculos e previsões é a atmosfera, - que, apesar do apurado conhecimento do homem e de suas máquinas cada vez mais evoluídas, é um objeto de estudo que está em constante mudança. Nenhum órgão de meteorologia trabalha com 100% de certeza. O objetivo na previsão das próximas 24 horas é acertar em até 85% a informação.

Como funciona o serviço de meteorologia?


 


Prever o que virá do céu não é mais mistério nos dias atuais. Hoje, a informação está à distância de um clique. Com uma simples consulta pela web, os dados estão disponíveis em uma fração de segundos. Espalhadas pelo Brasil, quase mil estações meteorológicas coletam elementos que, somados aos dados oriundos de radares, satélites e navios, fornecem dados como temperatura, pressão e velocidade do vento. Tudo isso é lançado nos chamados supercomputadores, capazes de interpretar a imensa gama de números e elaborar, – de forma cada vez mais precisa, - a previsão de tempo para os próximos dias.

Nos centros, a prática é a mesma desde que a primeira estação foi instalada no Brasil, ainda no observatório localizado em Olinda, no final da década de 1920, conforme registro da Sociedade Brasileira de Astronomia.

Em Maceió, três vezes ao dia, um técnico checa os elementos fornecidos por onze aparelhos na estação batizada de convencional - que precisa do trabalho do homem para funcionar. Os dados são transmitidos instantaneamente via internet.

As instalações da UFAL contam com um radar banda-C WR-110-5/EEC, implementado com um sistema eletrônico de digitalização do sinal radar (Sistema SASSANDRA) e de códigos pertinentes, desenvolvidos pelo Laboratório de Aerologia - Université Paul Sabatier - França.

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